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Os corais estão a perder a cor e a morrer. O fenómeno conhecido como branqueamento dos corais, detetado em algumas regiões do globo, está agora a generalizar-se, segundo o consórcio de oceanógrafos da NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration. O branqueamento dos corais é provocado pelas altas temperaturas e desde 2014 não teve interrupção no Oceano Pacífico, onde uma misteriosa massa de água quente, conhecida como The Blob intrigou durante muito tempo os oceanógrafos. É o terceiro registo deste fenómeno. Os recifes são como que “atacados” pelas altas temperaturas, esperando-se um impacto em cerca de 12 mil quilómetros de recifes, ou seja 5% do total existente nos nossos oceanos. O primeiro registo data de 1998; o segundo de 2010. “Esta é a terceira vez que assistimos um fenómeno de branqueamento de corais à escala global”, diz o Dr. Dr. Mark Eakin, coordenador da equipa de vigilância dos Recifes da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica Americana (NOAA). “O que é preocupante é que este fenómeno manteve-se durante um ano e deverá continuar ainda por mais um ano. Na verdade, os cientistas estimam que este aquecimento anormal das águas dos oceanos venha a prolongar-se ao longo do ano 2016. O fenómeno está a ser registado nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. Os aumentos térmicos na parte setentrional do Pacífico são fenómenos naturais que ocorrem regularmente em zonas de pouca circulação das águas, em períodos de pouca amplitude de marés, em águas pouco profundas e períodos de fortes calores, mas, de acordo com vários cientistas, a magnitude dos fenómenos agora observados só pode ser explicada “pelas emissões de gases de efeito estufa, que fazem aumentar a temperatura nos oceanos”. Os corais vivem numa relação simbiótica com as minísculas algas marinhas, que os alimentam. Quando os corais estão sob pressão, as algas produzem compostos tóxicos e são expulsas pelos corais. Nessas circunstâncias, o esqueleto branco do coral é vísivel e, sem alimentos, pode morrer de fome. As causas principais serão, de acordo com a comunidade científica, as mudanças de temperatura nos oceanos – o aquecimento ou a descida das temperaturas. O embranquecimento do coral ocorre normalmente associado aos anos marcados pelo fenómeno El Ninõ. O “El Ninõ” aumenta a temperatura dos oceanos, criando fortes níveis de strees no coral. O aquecimento das águas, combinado com o aumento sazonal das temperaturas e com a luz solar, desencadeia o branqueamento do cora. Para além disso, há que contar ainda com a poluição e os excesso de pesca nos oceanos. O problema está a atingir proporções gigantescas e são observadas em várias zonas enormes massas de corais branqueados. Estas massas, longe de representarem algumas áreas em cada recife, estão a afetar recifes inteiros. A primeira foi observada em 1979; a primeira a ser documentada foi três anos mais tarde, em 1982, e causou a morte a cerca de 95% do recife de coral das ilhas Galápagos. Os recifes de coral representam 0,1% dos oceanos, mas cerca de 25% da vida marinha depende deles. A biodiversidade é fundamental para a sobrevivência das espécies, que, por sua vez, é vital para a alimentação das populações píscicolas, – cerca de 500 milhões de pessoas no mundo. O alerta é ainda mais significativo quando surge a dois meses e meio do encontro entre líderes de cerca de 200 governos do mundo inteiro, em Paris, para encontrarem soluções que combatam o aquecimento global.

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